O advogado Cândido Telles (PSB) rebate as acusações de que estaria usando a máquina pública para fazer pré-campanha extemporânea a deputado estadual, com conivência do prefeito Wanderlei Farias (PR), de quem é secretário de Assuntos Estratégicos. Ele argumenta que sua presença em inaugurações, festas e eventos promovidos pela prefeitura é algo "normal" porque ocupa a função de secretário municipal. “Não existe campanha, nem privilégio, eu sou secretário e posso participar dos atos da prefeitura”, destacou.

   Já para a oposição, a versão de Telles não se sustenta. Acusa-no de usar a máquina para promoção pessoal. O secretário é afilhado político do prefeito Wanderlei Farias. O vereador Miguel Moreira da Silva (PTB), o Miguelão, informou que durante o lançamento de uma obra de pavimentação asfáltica num bairro houve quase um comício em favor do pré-candidato. Vereadores da bancada situacionista fizeram rasgados elogios a Candido Telles. Miguelão, que já disputou, sem êxito, eleição para deputado, sugere que aqueles que se sentem prejudicados por concorrência desleal acionem a Justiça Eleitoral para fiscalizar a propaganda extemporânea e abusos da máquina.

    Uma das estratégias de Telles é tirar proveito político nos atos de inauguração nos quais se apresenta como representante do prefeito. Em verdade, sua presença nesses eventos tem provocado ciumeiras nos virtuais candidatos proporcionais pela região do Araguaia. O advogado disse que não está preocupado, por exemplo, com a possibilidade do conselheiro Alencar Soares Filho antecipar aposentadoria no TCE para voltar a disputar cargo de deputado estadual em 2010. Alencar é de Barra do Garças. “Tenho maior respeito pelo Alencar e o sol nasceu pra todos”, ponderou. Telles disse que não acredita em processo de fritura porque Wanderlei Farias poderia abandoná-lo para apoiar Alencar que tem um filho casado com a sobrinha do prefeito, a vereadora Andréia Santos.

    Além de Cândido Telles, estão de olho na Assembleia pela região do Araguaia o já deputado Adalto de Freitas (PMDB), o Daltinho, o ex-prefeito Zózimo Chaparral, que teve as contas rejeitadas de 2007 e pode ficar inelegível, e o filho de Wilmar, Roberto Farias (PP), que tem o presidente da AL, José Riva, como padrinho político. (Ronaldo Couto, de Barra do Garças)