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Quinta-Feira, 11 de Outubro de 2007, 09h:14 | Atualizado: 26/12/2010, 12h:19
Os 30 anos da divisão de MT (1)
Aparentemente hoje seria um dia comum em Mato Grosso, se não fosse pela data. Hoje comemora-se 30 anos desde que o governo brasileiro decidiu dividir o estado para criar Mato Grosso do Sul e resolver uma velha pendência de hostilidades políticas e de diferenças mútuas. O Sul, com base política em Campo Grande, e o Norte, com base política em Cuiabá, tinham tudo diferente: a origem humana, a geografia, a economia e as influências externas.
Mas acima desse ambiente divergente, naquele momento o governo brasileiro dava andamento à doutrina estratégica de “Segurança e Desenvolvimento”, dentro da qual se incluía a ocupação humana na Amazônia. A criação de Mato Grosso do Sul, pela lei complementar 31/77, de 11/10/77, consumada no dia 1° de janeiro de 1979 com a separação física e política dos dois estados, terminava aquele cenário de divergências e criava polêmicas que ainda hoje não estão totalmente resolvidas.
Este artigo abre uma série de três, com algumas memórias do processo da divisão de Mato Grosso, na medida em que se baseiam nas minhas próprias anotações, lembranças, entrevistas e vivências pessoais. Em 1976 cheguei a Mato Grosso, vindo de Brasília, para trabalhar na área de imprensa do Governo de Mato Grosso, justamente em conseqüência do tiroteio político e dos lobbies construídos em Campo Grande, contra a idéia da impossibilidade de se administrar um estado tão grande, com 1 milhão e 240 mil km2. O tiroteio foi fantástico e o governador da época, o ex-deputado federal José Garcia Neto, recrutou alguns jornalistas para apoiar as posições do Norte. Nessa ação, acabei vindo para Mato Grosso.
Viajei pelo Norte e pelo Sul inteiros durante os anos de 1976, 1977 e 1978. Pude vivenciar as conseqüências das divergências entre Sul e Norte na luta pela divisão. Nestes três artigos tentarei resgatar algumas anotações que vivi, que presenciei ou que levantei mais tarde para dois documentos. Um vídeo-documentário com uma hora de doação, “A Divisão de Mato Grosso”, junto com o cineasta Joel Leão, e outro o livro “2 Mato Grossos”, junto com o fotógrafo Laércio Ojeda. Para produzir esses dois documentos entrevistei os ex-governadores Pedro Pedrossian (1967-1971), José Fragelli (1971-1975), Garcia Neto (1975-1978), Cássio Leite Barros (1978-1979), Frederico Campos (1979-1983), Júlio Campos (1983-1986) e Dante de Oliveira (1995-2002), além de historiadores do Sul e do Norte e alguns políticos que tiveram influência no processo da divisão.
Todos foram unânimes nas razões e nos desdobramentos das causas, do processo e das conseqüências da separação de Mato Grosso. Hoje, passados 30 anos, a data parece distante no tempo. Mas as conseqüências não. Por exemplo, o governador Blairo Maggi, está renegociando as dívidas de Mato Grosso contraídas posteriormente à divisão, para financiar as obras de infra-estrutura indispensáveis à época. No correr dos 30 anos, muito mudou, muito não andou e muito se ganhou ou perdeu.
Estes artigos pretendem pincelar tudo isso, ainda que limitados ao espaço de 41 linhas cada. Continua amanhã.
Onofre Ribeiro é articulista deste jornal e da revista RDM (onofreribeiro@terra.com.br)
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