O polêmico padre Alberto Mendes Pereira, que era acostumado a "comprar" brigas intermináveis com o então bispo de Barra do Garças, Antônio Sarto (já falecido), está de volta. Ele conseguiu a primeira concessão de rádio comunitária da região do Araguaia. Vai funcionar em Aragarças, município goiano e vizinho de Barra do Garças. As duas cidades são separadas apenas por uma ponte. Antes, a emissora funcionava com o nome de Liberdade FM. Foi fechada em 1998 por perseguição política, segundo o padre. Agora, a emissora ressurge com o nome de Universitária FM.

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"Jamais baixei as calças para os
milionários do gado e da água"
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   Alberto Pereira recorda que à época em que abriu a rádio, fazia "um jornalismo crítico que mexeu com interesses de poderosos políticos de Barra do Garças". Segundo ele, "esses poderosos" e um tanto irritados com sua postura conseguiram na Justiça uma liminar para fechar a rádio. “Eles fecharam a rádio num final de semana e não deram nem tempo para eu recorrer à Justiça e levaram os equipamentos”. Alberto disse que sempre enfrentou os coronéis da política barra-garcense. "Jamais baixei as calças para os milionários do gado e da água". Um dos seus desafetos políticos é o prefeito Wanderlei Farias, que na época estava no primeiro mandato de prefeito. "Eu me defino como alguém que conhece a lei e vivo na extensão dela”, pontua o polêmico padre.

   Ele explica que quando surgiu o programa de rádio comunitária no país, obteve uma autorização provisória para funcionar em Aragarças (GO), mas devido à atuação da emissora contra os políticos da região, ela acabou sendo fechada pelo efeito de outra liminar. Os equipamentos foram apreendidos. Hoje, o padre teve de gastar R$ 50 mil para colocar a rádio no ar de novo. Padre Alberto acredita que sua postura arrojada de falar o que pensa vai render audiência para emissora.

     Denúncia

    A trajetória do padre Alberto sempre foi marcada por polêmica desde o momento que chegou a Barra do Garças. Ele se desentendeu com o bispo Antônio Sarto, que à época o ameaçou de expulsão. Alberto foi afastado da Paróquia onde atuava e responde a um processo que questiona sua ordenação de padre. Ele afirma, porém, que é padre e considera ser vítima de perseguição do bispo barra-garcense, chegando ao ponto de entrar com um processo de assédio sexual contra o bispo. Alberto diz que foi ordenado pelo bispo em 1988 e de que a autoridade religiosa teria o assediado logo após a ordenação. O assunto rendeu até repoortagem na revista IstoÉ. (Ronaldo Couto, de Barra do Garças)