Um intenso debate tomou conta da sessão desta terça (9) na Assembléia Legislativa. O deputados Zé Carlos do Pátio (PMDB) e Percival Muniz (PPS) "metralharam" o governo Blairo Maggi. Fizeram criticas, principalmente às áreas da saúde e de infra-estrutura do Estado. Da tribuna, Pátio afirmou que a saúde de Cuiabá é tratada com descaso e por isso está um caos. Lembrou da pesquisa Mark, divulgada no RDNews, sobre queda da aprovação do governo Maggi na Capital. Disse que o governador recebeu simbolicamente até um moto-serra de ouro dos apresentadores do Programa Pânico da Rede TV! por causa dos números negativos na área ambiental. "Maggi já recebeu o moto-serra de ouro e está prestes a receber o isqueiro de ouro, devido ao alto índice de queimadas do Estado", diz Pátio.

    O peemedebista chegou a pedir a aprovação de uma moção de repúdio para a falta de atenção à saúde e também ao meio ambiente. “Não posso aceitar o que eu estou vendo, uma senhora perder a vida por falta de leito no Centro de Tratamento de Queimados no Pronto Socorro de Cuiabá”, disse o parlamentar. Pátio se referiu à mulher que teve 60% do corpo queimado ao tentar salvar, inutilmente, os três filhos. O incêndio aconteceu no acampamento Dom Osório, dentro da fazenda Boa Esperança (a 60 km de Campo Verde). Segundo Pátio, ele tentou interferir para conseguir um leito, mas o Pronto-Socorro está lotado para receber "novas vítimas do fogo". Juliana da Silva ainda espera por vaga, mas já recebeu atendimento médico.

    Percival Muniz aproveitou a discussão levantada por Pátio para "bater" no governo Maggi e defendeu o prefeito de Cuiabá, Wilson Santos (PSDB). “Na verdade, a população está jogada à própria sorte. Percebe-se nas pesquisas (de intenções de voto) que Santos está pagando caro pela situação. Acho que o prefeito tinha que botar a boca no trombone. Ele precisa chamar a responsabilidade dos governos estadual e federal. Hoje a saúde é só na base do paga. Ou paga por um leito ou morre”, disse Muniz. O deputado chegou a dizer que não critica porque faz parte da oposição, mas sim porque vê incompetência política. “Vejo que o PPS está sendo perseguido porque critico o governo. Os aliados ao governo nos perseguem”, frisou Muniz.

     Contraponto

     O vice-líder do governo na Assembléia, Alexandre César (PT), saiu em defesa de Maggi. Ironizou Muniz. Para o petista, a atitude do colega parlamentar é puramente de dor de cotovelo devido Maggi ter deixado o PPS para ingressar no PR. “Muniz é um verdadeiro cavaleiro do apocalipse ao dizer que não tem nada o que comemorar, que está tudo ruim. De fato, as pessoas têm o direito de mudar de opinião. Mas até no ano passado, Percival Muniz achava que o governador era o maior do mundo. Agora tudo está ruim", ironizou Alexandre, que seguiu caminho inverso de Muniz, pois era oposição e virou aliado de carteirinha do Palácio Paiaguás. (Simone Alves)