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Sábado, 24 de Maio de 2008, 11h:55 | Atualizado: 26/12/2010, 12h:20
Satélite japonês vê mais desmatamento em Mato Grosso do que sistema do Inpe
AFRA BALAZINA
DA REPORTAGEM LOCAL
O Centro de Sensoriamento Remoto do Ibama detectou, com a ajuda de um satélite que não é prejudicado pela presença de nuvens, mais pontos de desmatamento na Amazônia do que os verificados pelo sistema Deter (Detecção do Desmatamento em Tempo Real), do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).
As imagens analisadas são dos meses de dezembro do ano passado e janeiro deste ano. No primeiro, foi observado um acréscimo de pelo menos 165,6 km2 de desmatamento -em 57 áreas diferentes. No segundo, foram 47,67 km2 a mais de desmate, em 26 áreas. A maior parte dos pontos está em Mato Grosso e, alguns, no Pará.
O novo dado traz um acréscimo de 13,48% em área degradada na Amazônia nesse dois meses. O Deter apontava desmate de 943 km2 em dezembro e de 639 km2 em janeiro. As imagens utilizadas pelo Ibama são do satélite Alos (Satélite de Observação Avançada da Terra), da Jaxa (agência espacial do Japão). Em agosto de 2007, o Ibama havia feito um acordo com os japoneses para receber por quatro anos, sem custo, imagens da Amazônia.
A vantagem deste satélite é que ele possui um sensor a mais, de radar, que funciona como o sistema de sonar de um morcego. "Ele emite uma energia e pega o retorno dessa energia, como o flash de uma máquina fotográfica. Ele não faz isso na faixa do visível, mas das ondas de rádio que atravessam as nuvens", explica Humberto Mesquita, chefe do Centro de Sensoriamento Remoto.
De acordo com Mesquita, o objetivo é complementar os dados já existentes. "Nós não vamos olhar o que o Deter já mostrou", disse. Até agora, o CSR analisou duas faixas de varredura. "Vamos, em breve, lançar mais quatro faixas. E, futuramente, cobriremos toda a Amazônia", diz Mesquita.
A área de desmate, entretanto, pode ser maior do que a estimada agora. Segundo Mesquita, as informações se referem a polígonos (focos de desmate) já checados em sobrevôos, mas ainda há polígonos a serem verificados. "Em dezembro, por exemplo, encontramos 243 polígonos de desmatamento no total, mas ainda não conseguimos checar todos", afirma.
Os polígonos encontrados passam a integrar um documento indicativo para fiscalização. Um deles, obtido pela Folha, mostra uma área degradada em Marcelândia (MT). Gilberto Câmara, diretor do Inpe, não comentou os novos dados. Mas afirmou que o uso de mais um satélite para observar a Amazônia é "promissor".
Salatiel Araújo, secretário-adjunto de qualidade ambiental do governo de Mato Grosso, disse que os resultados devem ser analisados "com cautela", em função de se tratar de uma nova tecnologia. "É uma metodologia nova, que ainda não estava plenamente dominada pelos técnicos do Ibama quando a conheci, em janeiro deste ano.
Se foi de fato dominada, é um grande avanço, pois iremos ver a Amazônia inteira", disse.
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