O vereador Toninho de Souza (PDT) "detonou" o presidente estadual de seu partido, deputado Otaviano Pivetta. Segundo ele, o partido está "jogado às traças" e não tem sequer sede própria em Cuiabá. "Fomos despejados no final do ano passado. Os móveis estão na casa de um filiado. Vivemos reféns do humor de Pivetta, que varia todo dia. A palavra abandono é o que define o PDT ", dispara. Apesar do vereador negar interesse no cargo de presidente municipal ou estadual, revela que se for um nome de consenso está à disposição. "Eu quero deixar claro que não critico Pivetta e  Mario Márcio porque tenho pretenções políticas. Mas Pivetta tem que decidir se é empresário, deputado ou presidente de diretório. Não quero impor nada, mas se meu nome for consenso posso me colocar a disposição". Questionado sobre pretenções políticas em 2010 o parlamentar descarta a possibilidade de enfrentar as urnas novamente. "Vou cumprir meu mandato de vereador, mas fico pensando nos meus companheiros. Sem apoio é complicado"

   Em abril deve ocorrer a convenção estadual do PDT. O objetivo é discutir os novos rumos do partido e a possível candidatura de Pivetta ao governo. Atualmente, o partido administra 4 cidades e possui 65 vereadores. Em Cuiabá existem cerca de 4 mil filiados e a sigla detém duas cadeiras no Legislativo, sendo uma de Toninho e a outra de Adevair Cabral. O curioso é que o apresentador de TV foi um dos poucos candidatos a receber ajuda do partido durante a disputa às eleições municipais. "Eu tive suporte, mas e os outros candidatos? Quem se elegeu foi de maneira natural, não porque teve apoio dos diretórios", critica. Já sobre a reunião estadual marcada para abril, o pedetista dispara críticas. "Essa convenção foi marcada para janeiro, fevereiro e agora abril. Espero que aconteça". O vereador afirma ainda que não aceita ver todos os partidos discutindo 2010 e o PDT permanecer fora das articulações. Ele reclama do que considera "falta de postura". "Somos aliados do Wilson Santos (PSDB) e do governador Blairo Maggi (PR). Precisamos definir de que lado estamos. Tudo gira em torno de Pivetta e de suas possíveis candidaturas a governo ou Senado. Assim não dá".

   Conflito

  Segundo Toninho, o presidente estadual muda de estratégia a toda hora. Para ele, o deputado "traiu" a confiança do médico Araí da Fonseca, que ingressou na legenda na esperança de se tornar presidente regional de imediato. "Ele (Pivetta) prometeu uma coisa que não poderia cumprir". O deputado teria recuado da articulação em torno de Araí depois de ter sofrido pressão da militância que ao saber da ligação do médico com o presidente da Assembléia, deputado José Riva (PP), exigiu a permanência de Pivetta - confira mais aqui. "Vivemos em um clima de insegurança. Não tenho coragem de chamar ninguém para se filiar ao PDT", reclama. (Patrícia Sanches)