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Terça-Feira, 27 de Novembro de 2007, 08h:01 | Atualizado: 26/12/2010, 12h:19
Uma visão profética
Há alguns anos tenho escrevendo, primeiramente em A Gazeta, e ultimamente aqui no Diário sobre as ondas de investimentos nacionais e internacionais que têm Mato Grosso por mira. Só a título de registro e de lavar a alma, tenho sofrido muito patrulhamento por conta disso.
Na semana que passou o economista Vivaldo Lopes, ex-secretário de Finanças da prefeitura de Cuiabá e consultor da Fundação Getúlio Vargas, publicou em A Gazeta, o artigo profético “Os bárbaros estão chegando”. É uma análise muito interessante e parece não ter despertado a devida atenção que merece. Tomo a liberdade de transcrever alguns dos tópicos do artigo do economista Vivaldo Lopes: “Dois grandes movimentos econômicos estão prestes a ocorrer em Mato Grosso a partir de 2008. O primeiro é a possível abertura de capitais de alguns grupos econômicos locais na Bolsa de Valores de São Paulo BOVESPA, fato inédito até aqui na histórica econômica do estado. O segundo é uma movimentação de capitais privados dos grandes fundos de investimentos mundiais e nacionais que invadirão a nossa economia à busca de boas oportunidades de lucros, tendo como alvo principal as empresas processadoras de alimentos, algodão e as ligadas à produção de etanol, biodiesel e logística de transportes”.
Noutro ponto ele diz: “Os grandes fundos de investimentos ( os chamados private equity ) estão se preparando para injetar bilhões de dólares na economia brasileira a partir de 2008. Naturalmente, o setor de agronegócios e a região do Centro-Oeste brasileiro estão entre os alvos de investimentos deles. Os fundos de investimentos são os grandes catalizadores do ciclo continuado de alta liquidez da economia mundial. Com bilhões de dólares em seus caixas, captados de grandes investidores mundiais individuais (donos de grandes fortunas) e institucionais ( bancos e fundos de pensão ), os private equity são apelidados de “barbáros” pela sua notória agressividade nos negócios que têm como premissa básica obter a maior rentabilidade para seus cotistas comprando empresas, tornando-as lucrativas e vendendo-as num prazo máximo de cinco anos”.
“Os movimentos de abertura de capitais e chegada dos fundos de investimentos simbolizam bem o estágio atual de capitalismo globalizado que atingiu na economia mato-grossense a partir de meados dos anos 1990. A crise de liquidez enfrentada nos anos de 2004 a 2006 pela economia mato-grossense foi o sinal mais evidente do esgotamento do atual modelo de financiamento que basea-se em crédito fornecido pelo governo federal e pelas grandes tradings que comercializam toda a produção agropecuária. Esse modelo de financiamento de nossa produção não se sustenta mais, podendo atuar como elemento inibidor da expansão de nossa economia e da competitividade de nossas empresas, devido à sua forma burocratizada e sua constante exposição às intempéries políticas”.
E conclui: “A chegada dos bárbaros pode representar uma oportunidade ou ameaça para as empresas locais, caso não soubermos aproveitar com inteligência o grande volume de capitais que irrigarão nossa economia nos próximos anos”.
Onofre Ribeiro é articulista deste jornal e da revista RDM (onofreribeiro@terra.com.br)
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