Em meio às discussões sobre peça orçamentária e o Plano Plurianual de Cuiabá (2010-2013), os vereadores vão aprovar, em sessão nesta terça (22), o relatório da CPI que atesta inocência do presidente da Câmara Municipal Deucimar Silva (PP). Uma denúncia feita pelo site Midianews sobre superfaturamento de materiais gráficos pelo Mesa Diretora levou à aprovação de uma CPI. Com menos de dois meses depois, o presidente da Comissão, vereador Paulo Borges (PSDB), o relator Chico 2000 (PR) e o membro Éverton Pop (PP) concluíram pela inocência de Deucimar, ou seja, nada ficou provado de que teria ocorrido alguma irregularidade.

   A negociação para "abafar" logo essa investigação foi feita nesta terça, no calor dos debates sobre os últimos projetos na pauta deste ano. A CPI foi criada mais por pressão do grupo ligado ao ex-vereador Lutero Ponce, segundo a ter o mandato cassado neste ano por quebra de decoro e improbidade. O primeiro foi Ralf Leite (PRTB). Lutero e Deucimar se tornaram inimigos políticos e, como o cerco havia se fechado como o peemedebista, seus aliados se rebelaram contra Deucimar, que controla um duodécimo mensal de R$ 1,8 milhão.

   A partir da denúncia do Midianews, que apresentou documentos sustentando que a Mesa havia superfaturado compra de serviços gráficos, um grupo de parlamentares resolveram instituir a CPI. Dos 19 vereadores, 12 votaram favoráveis, inclusive o próprio Deucimar. O que mais fez alarde, em defesa de investigação rigorosa, foi Chico 2000. Agora, ele próprio apresenta relatório pela inocência de Deucimar. A tendência é que o relatório seja aprovado por unanimidade. É o clima festivo e de paz que toma conta do Legislativo cuiabano, após um ano de muita confusão, denúncias e protestos. (Patrícia Sanches)