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Quinta-Feira, 13 de Novembro de 2008, 08h:54 | Atualizado: 26/12/2010, 12h:21
Vigarice e incompetência
O ministro da Justiça, Tarso Genro, está desconsolado com o fracasso do PAC da Segurança, pois tinha depositado nele seus mais “singelos e perversos” planos de gabaritar seu nome para a sucessão de Lula. Por esse prisma dá até para se comemorar o fracasso do PAC, né mesmo???
Mas tudo isso não passa de uma vigarice muito grande, tanto o desconsolo do ministro, como se estivesse surpreso com o fracasso, quanto o fracasso em si. O PAC da segurança não foi criado para ter êxito, foi criado como peça publicitária, basta ver o volume de recurso que foi anunciado em seu lançamento, em agosto de 2007. A previsão era de investir R$ 6,7 bilhões em cinco anos, em 11 regiões metropolitanas.
Dinheiro pra burro, hein? Não, não era. Só o orçamento da Secretaria de Segurança Púbica de São Paulo em 2007 foi de R$ 8,4 bilhões. Ou seja, o “fantástico” Plano de Aceleração do Crescimento para a Segurança Pública para o Brasil queria transformar o país numa ilha de tranqüilidade como nunca antes na história, investindo em 11 estados o equivalente a 80% do que é investido só em São Paulo, pelo governo estadual.
Isto quer dizer que não existia intenção de mudar a política de segurança pública porcaria alguma, era apenas mais uma vigarice deste governo embromador. Aliás, é bom relembrar que o PAC da Segurança é uma cópia do “Plano de Integração e Acompanhamento dos Programas Sociais de Prevenção à Violência - Piaps”, criado no governo de Fernando Henrique Cardoso e que em janeiro de 2003 o governo Lula o abandonou dizendo que seria implementado o Plano Nacional de Segurança Pública, criado por Duda Mendonça e nunca aplicado.
O fracasso do PAC da Segurança já era esperado pelo volume irrisório de investimento, conforme publicado aqui nesta esta coluna em agosto de 2007, quando foi lançado, mas como no governo Lula o buraco é sempre mais embaixo, além do ridículo volume de recurso foi mal administrado. Dos R$ 1,4 bilhão previstos no Orçamento de 2008, o governo “conseguiu” aplicar pífios 21%. Isso comprova que além de vigarista, o Plano está sendo administrado por incompetentes.
Tenha dó!!!
Ô raça!!! E ainda tem gente que confia nessa turma...
Ah, e Mato Grosso vai pelo mesmo caminho. O governo estadual vem diminuindo ano após ano, o investimento. Alguém tem que avisar ao governador que campeonato de violência não distribui prêmio. Aliás, o secretário de Segurança Pública de Mato Grosso, Diógenes Curado, foi escolhido logo após um fracasso profissional. Ele não conseguiu descobrir nem a origem do dinheiro usado para comprar um falso dossiê pelos aloprados. Com um histórico desses, esperar o que??? Mas têm situações em que o fracasso vale prêmio, não é?
Ô raça!!!
Adriana Vandoni é economista, articulista e especialista em administração pública pela Fundação Getúlio Vargas (www.adrianavandoni.com.br)
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