O novo conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, Campos Neto, disse nesta terça (2) que provará à senadora Serys Marly (PT), que ela está equivocada ao dizer que, por ter apenas 35 anos, ele não tem capacitade para assumir a vaga de conselheiro. “Não há motivos para polêmicas. Vou mostrar por meio do meu trabalho que sou capaz e que ela (Serys) está errada”, disse Campos Neto. Sob a justificativa de que o cargo de conselheiro não pode abrigar pessoas que não fazem mais política, mas sim de técnicos, a petista apresentou no Senado um projeto que prevê a extinção do TCE. Na avaliação da senadora, o novo conselheiro não possui experiência técnica e por isso não deveria assumir o cargo – confira mais aqui. O presidente do TCE, Antônio Joaquim, saiu em defesa de Campos Neto. Ressaltou que não há nenhuma ilegalidade no processo. “Concordo que é incomum, mas não desrespeitamos nenhuma lei. O que houve foi uma coincidência entre a saída do pai Ary Leite de Campos e a entrada do filho”, argumenta.

   O mais novo conselheiro, que deve permanecer no cargo até 2044, se mostrou empolgado na posse. Segundo ele, os principais desafios do TCE é aproximar ainda mais a população da gestão pública. “Existem muitas ferramentas que permitem ao cidadão saber exatamente como o dinheiro público é aplicado. Acredito que o aprimoramento dessas ferramentas é algo importante”, avalia.

   Para Antônio Joaquim, a criação do Conselho Nacional dos Tribunais, que tramita na Câmara dos Deputados, sob a relatoria de Júlio Delgado (PSB-MG), é fundamental no processo de aprimoramento dos tribunais brasileiros e para que haja mais fiscalização. “O conselho será uma ferramenta fiscalizadora muito importante. Acredito que não demorará muito para ser votado”, avalia o presidente do Tribunal. O modelo discutido é parecido com o do Conselho Nacional de Justiça e o Conselho Nacional dos Ministérios Públicos. “Só falta agora o nosso Conselho”, reclama.

  Entre as autoridades que compareceram à posse do novo conselheiro estão o procurador-geral do Estado Marcelo Ferra, o auditor-geral de Mato Grosso José Gonçalves Botelho do Prado, que representou o governador Blairo Maggi, o procurador José Tadeu Curi representando o presidente do Tribunal de Justiça Mariano Travassos, os prefeitos de Cuiabá Wilson Santos (PSDB) e de Várzea Grande Murilo Domingos (PR), o presidente da Assembléia Legislativa José Riva (PP), o deputado federal Eliene Lima (PP), o ex-governador e ex-conselheiro Júlio Campos, além dos deputados estaduais Alexandre César e Ademir Brunetto (PT), Mauro Savi (PR) e Chica Nunes (PSDB). O pai de Campos Neto, conselheiro aposentado Ary Leite, não pode comparecer à posse do filho por questões de saúde. Recentemente, ele foi subimetido a procedimentos cirúrgicos. "Tenho certeza que o coração do meu pai está explodindo de felicidade", disse Campos Filho emocionado. (Patrícia Sanches)

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