Brigas internas no PT prosseguem sobre a sucessão em Cuiabá entre grupos de Serys e do presidente regional

   Os grupos políticos da senadora Serys Marly e do deputado federal Carlos Abicalil estão se preparando para travar uma nova disputa interna no PT. A queda-de-braço entre os dois lados será na indicação do candidato do partido à Prefeitura de Cuiabá. Após derrotar o grupo de Serys pelo comando do PT no Estado, Abicalil colocou o bloco na rua na expectativa de ser o candidato à sucessão do prefeito Wilson Santos (PSDB).

 A reação do grupo de Serys virá com lançamento de candidatura para contrapor Abicalil. Os nomes cogitados são os da própria Serys Marly, do assessor parlamentar Vicente Vuolo e do ex-presidente da Unimed, Alencar Farina (ex-PR), que em 2004 estava no PL e foi candidato a vice-prefeito na chapa encabeçada pelo petista Alexandre Cesar. A consequência disso será a realização, pela primeira vez, de uma prévia no PT de Cuiabá para decidir quem será o candidato da legenda à sucessão no Palácio Alencastro. O diretório municipal é comandado pelo grupo de Serys.

    O presidente é o professor Vilson Aguiar, eleito em 12 de dezembro. Ele teve apoio de 53% dos petistas cuiabanos e toma posse no próximo dia 21. "Está claro que temos a maioria e o grupo de Abicalil, se for para a disputa interna, poderá sofrer uma nova derrota", avisa Vilson Aguiar.

    No entanto, a turma de Abicalil está confiante de que poderá reverter essa situação. Em razão disso, o parlamentar avisou que pretende participar de todas as reuniões em que tiver em pauta a Prefeitura de Cuiabá. "Tenho legitimidade para estar presentes nas reuniões". Os dois lados ainda não travam uma briga publicamente, mas não deixam de dar alfinetadas, mostrando que um entendimento não vai ser fácil.

  "Nós, quando assumimos o PT, não recebemos prestação de contas, nenhum documento", diz a vereadora Enelida Scala, ligada à Serys. "Agora, prestamos contas dos dois anos do mandato da senadora, sem deixar uma dívida do período", completa. "Não reconhecemos a dívida que herdamos da gestão anterior, que foi parar na Justiça", observou a senadora.