MANSO, UM OÁSIS NO CERRADO
Sexta-Feira, 20 de Julho de 2018, 08h:22 | Atualizado: 20/07/2018, 09h:40
Mansões milionárias às margens de um mar de água doce impressionam - mapa
Eduarda Fernandes
Enviada especial a Manso
O Lago do Manso impressiona não só por ser um verdadeiro mar de água doce, mas principalmente pelas mansões que garbosamente o margeiam. É um paraíso a ser desvendado, localizado a aproximadamente 100 km de Cuiabá, dentro dos limites de Chapada dos Guimarães.
Galeria: As mansões de Manso
O luxo e a riqueza estão estampados em cada detalhe das construções, avaliadas em cifras milionárias. A mais cara vale RS 15 milhões.
O que mais chama atenção é a grandeza dos casarões. Erguidos no topo de colinas verdes, cercados por palmeiras, jardins impecáveis, trilhas de pedras e pequenas praias particulares, são como gigantes observando o lago negro e sereno, que mais se assemelha a um enorme espelho.
Rodinei Crescêncio

Visão panorâmica parcial da casa mais cara às margens do lago, estimada em R$ 15 milhões e é de empresário do ramo de medicamento em Cuiabá
Rodinei Crescêncio

Garças e outros animais compõem o cenário
Passeios de lancha partindo na região costumam ter como rota os casarões, explorados como turismo de contemplação. Do lago o que se vê são telhados com águas sobrepostas, painéis solares, telhados verdes, sacadas de vidro, pequenas cercas delimitando simbolicamente os imóveis e bancos de madeira maciça sob árvores. Há também algumas casas mais simples um pouco mais distantes da água, mas nem por isso menos modernas ou encantadoras. Capivaras e emas também circulam pela região.
Para descer lanchas e jet skis até a água é normal ter sua própria rampa de acesso, marina e píer. As marinas individuais são na verdade embarcações, que vez ou outra também desatracam, navegam e são usadas como mais um espaço de lazer. Algumas são mais simples, outras já contam com cozinhas, painéis solares, antena de TV a cabo e até mesmo quartos. Chegam a custar até R$ 2 milhões.
Rodinei Crescêncio

Um charme, as casas flutuantes também custam mais de R$ 1 mi
Viver nesse paraíso tem um preço bastante alto. São aproximadamente 15 mansões, cujos valores variam de R$ 3 milhões a R$ 15 milhões. O condomínio mais luxuoso da região é o Portal das Águas, que divide uma espécie de península com o Malai Manso Resort. O metro quadrado nesse lugar vai de R$ 100 a R$ 1 mil. “Então um terreno de mil metros quadrados custa R$ 1 milhão. É mais ou menos essa a realidade aqui”, revela o corretor de imóveis e perito judicial imobiliário, Ivan Rastelli.
O especialista passeou por Manso com a equipe do e fez estimativas de valores. O imóvel mais caro, segundo ele, está avaliado em R$ 15 milhões. Tem aproximadamente 20 mil metros quadrados, fica na ponta da península e pertence a um empresário do ramo de medicamento de Cuiabá que já sofreu diversas restrições na Justiça.
O ministro da Agricultura Blairo Maggi é outro proprietário de uma dessas mansões, estimada em R$ 10 milhões.
Rodinei Crescêncio

Mansão de veraneio do ministro da Agricultura e empresário do ramo da soja em Mato Grosso, Blairo Maggi, uma das mais sofisticadas, entre dezenas
O corretor explica que as casas mais caras são justamente as localizadas às margens do lago. Além disso, as benfeitorias agregam valor às residências. Contam com quase tudo, desde heliponto a elevadores, quadras de esporte, campos de futebol, piscinas, suítes, quadras de tênis, saunas, hidromassagem, entre outros. O corretor comenta que é comum casas desse porte serem construídas em sociedade. “Três ou quatro sócios constroem uma casa. É muito comum”.
São predominantemente casas de veraneio, usadas na alta temporada e finais de semana. Nos dias úteis, o que se vê são zeladores, funcionários e segurança privada.
Rodinei Crescêncio

Corretor de imóveis e perito judicial imobiliário Ivan Rastelli atua no local
Com a construção da Usina de Hidrelétrica de Manso, entre os anos 1988 e 2000, o turismo se consolidou na região e os terrenos à beira da água supervalorizaram. Para tanto, comunidades rurais que cultivavam pequenas lavouras para garantir a subsistência foram retiradas e, posteriormente, indenizadas por Furnas. Hoje, a mão de obra que mantém condomínios e mansões impecáveis é constituída principalmente pelos atingidos pela barragem.
Resorts
Os dois resorts em atividade na região do lago - Malai Manso Resort e o Águas de Manso Spa & Resort - também são de alto padrão. Oferecem serviços variados. Para se ter ideia da estrutura deles, o Malai, que tem como um dos sócios o ministro Blairo, tem até praia artificial, de areia branquinha. Oferece ainda atividades náuticas, tirolesa, arvorismo, trilhas, paredão de escalada, arco e flecha, quadras de tênis, quadras poliesportivas, playground, salão de jogos, entre outros tipos de lazer.
Rodinei Crescêncio

Reportagem vai nos principais pontos turísticos de Manso, onde há opções mais luxuosas e mansões e também onde há mais acessíveis, para classe média
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Comentários (6)
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Keops | Sábado, 21 de Julho de 2018, 15h0759
Um monte de pobres invejosos comentando aqui.
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deovaldo | Sexta-Feira, 20 de Julho de 2018, 17h48413
Quem mana da ser po bre,,,curta piscinão entao
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elias do nascimento silva | Sexta-Feira, 20 de Julho de 2018, 15h01178
Antes, as famílias viviam em uma situação razoável. Todo mundo vivia tranquilo. A margem do rio tinha uma terra que era agricultável, então eles plantavam e colhiam. Tinha o peixe e vários outros meios de sobrevivência, como o garimpo que era menos prejudicial a natureza do que a construção da barragem na cisão dos ribeirinhos. Houve o genocídio de peixes sobretudo na parte de cima, no lago, e na parte de baixo, também, porque o peixe depende da água das enchentes para subir etc. Os ribeirinhos da região mais baixa do rio, que viviam da pesca, estão sem condições de vida, pois não tem mais o peixe, e, quem vive mais para cima do rio também passa por essa situação.A expectativa dos atingidos, que o resto das terras sejam compradas imediatamente para a sobrevivência das famílias. Os impactos negativos atingiram mais de mil famílias, mas a empresa até agora não reconheceu cerca de 912 destas. Algumas dessas famílias já morreram, e outras venderam as propriedades e foram embora. Hoje perto de 780 famílias na luta para receberem seus direitos. Na época da construção, 341 foram reassentadas em uma terra de areia improdutiva. Nesta área, o pessoal não consegue sobreviver, e a maioria quer uma nova área para poder plantar. As demais ainda se encontram sem receber nenhuma reparação. Não foram reassentados, não receberam indenização e estão na espera. E já faz mais de dez anos.
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Nelson | Sexta-Feira, 20 de Julho de 2018, 14h00385
Se pobre contruir casinha na beira de rio ou lago o ministério publico manda os fiscais multarem e tirarem porque é APP. Nas baias de Barão que são lagos não pode contruir. Nas beira de rio estão tirando todos tablados e flutuantes. As fotos da matéria mostram as contruções até dentro d'água. Cadê o MP, a SEMA-MT, DEMA etc? Garanto que se forem fazer tal serviço o governador não vai deixar nem sairem dos escritórios!!!! Já ouvi fiscal da SEMA dizer que foram proibidos de entrar em algumas áreas de bacanas. Os chefes recebem ligação de superiores e mandam retornar.
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JOSÉ | Sexta-Feira, 20 de Julho de 2018, 11h37425
MUITO, MAS MUITO PROVAVELMENTE, OS VERDADEIROS DONOS DESSAS TERRAS, FAMÍLIAS INTEIRAS(FILHOS, PAIS, AVÔS) QUE VIVIA AI A 40, 50, 100 ANOS, FORAM OBRIGADOS A SAIR E RECEBERAM UM VALOR DE DESAPROPRIAÇÃO QUE NÃO PAGA 10%(DEZ POR CENTO) DO VALOR ATUAL. SOU COMPLETAMENTE A FAVOR DO PROGRESSO, DA RIQUEZA, DA AGREGAÇÃO DE VALOR, DA PRODUÇÃO, DO LUXO, DO SOFISTICADO, DO GLAMOUR, DO ESCAMBAL E COISA E TAL, MAS SOU COMPLETAMENTE CONTRA QUE TUDO ISSO SERA REALIZADO AS CUSTAS DE INJUSTIÇAS OU EM DETRIMENTO DOS MENOS FAVORECIDO. MUITOS DOS QUE VIVIAM AI E QUE NÃO DEPENDIA DO DINHEIRO, POIS TINHAM SUA CRIAÇÃO, PLANTAÇÃO,AUTO- SUSTENTO, ENFIM UMA VIDA DIGNA, HJ SOBREVIVEM NA MISÉRIA DAS PERIFERIAS DA CIDADE.
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Antonio Joares da Silva | Sexta-Feira, 20 de Julho de 2018, 11h16374
Quando chega fins de semana e feriados , os sinais de tornozeleiras devem ficar forte ou os oficios depois são encaminhados por advogados dos acusados por desvios de dinheiro Público .... Também sempre e vistos em redes social familiares e amigos e amigas e laranjas com suas famílias desfrutando de lanchas e fazendo festas GLAMUROSA pago com dinheiros desviados ... Pior é ir lá durante o dia e encontrar acusados e acusadores juntos ... rindo da justiça e da sociedade . Qual cartório espede registro de aquisição e compra e venda destes imoveis ........ PODE RODAR ILHAS E RIOS E VAI SE DEPARAR COM MAIS ESTES ABSURDOS . SOCORRO MPF E PF ....até quando ?
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