RETROSPECTIVA 2020
Quarta-Feira, 30 de Dezembro de 2020, 13h:16 | Atualizado: 05/01/2021, 10h:14
Com pandemia, comércio e restaurantes se reinventam e delivery vira solução - leia
Ivana Maranhão
Reprodução


De todas as projeções realizadas para 2020 pelo setor empresarial, nenhuma poderia prever o tamanho das dificuldades enfrentadas ao longo do ano com as restrições e fechamentos dos empreendimentos impostos pela pandemia do novo coronavírus.
Durante os 12 meses do ano, o comércio varejista, bem como bares e restaurantes de Cuiabá tiveram que se adaptar e se reinventar para sobreviver. Um dos carros-chefe foi a modalidade de delivery, além da aposta nas promoções via mídias sociais.
Já setores como o hoteleiro vivenciaram dias de crise ainda maior e muitos, como restaurantes, tiveram que fechar as portas por um período. (veja abaixo).
O impacto no setor produtivo na Capital teve início logo no terceiro mês do ano quando o prefeito Emanuel Pinheiro, diante dos primeiros casos confirmados de Covid-19 e do termor de mortes pela doença, instituiu um decreto de situação de emergência que suspendeu o funcionamento de 100% do transporte coletivo, fechou lojas, restaurantes, shoppings e academias.
O primeiro decreto editado em março teve vigência até 5 de abril. Na ocasião, o chefe do Executivo municipal anunciou as medidas durante transmissão ao vivo nas redes sociais.
A determinação previa que os estabelecimentos como restaurantes e padarias poderiam operar apenas com a opção de entrega ou retirada no local. Como, por exemplo, prontos e embalados para consumo fora do estabelecimento com distância mínima de 1,5 metro entre entregador e consumidor. Era vedado o consumo no local.
Em maio, após pressão do segmento que via o faturamento cair, com as vendas restritas a entregas, e ameaçava demitir, o prefeito editou novo decreto autorizando a reabertura de shoppings, bares e restaurantes de Cuiabá, mas com horário reduzido e capacidade entre 30% a 50% apenas.
Além disso, a reabertura exigiu readequação dos segmentos como a oferta de álcool em gel para clientes na entrada, bem como a exigência de máscara e até medição de temperatura com termômetro digital no caso de shoppings e supermercados.
Divulgação

Para salvaguardar as empresas e trabalhadores, o governo federal anunciou programa que autorizou as empresas a reduzirem, proporcionalmente, a jornada de trabalho e os salários dos empregados, além de suspenderem os contratos de trabalho temporariamente. A medida fez parte das iniciativas para evitar que as empresas demitissem durante o período da crise provocada pelo coronavírus.
Lockdown
Apesar da abertura gradual da economia partir do final de abril, em junho, a Justiça decretou o chamado lockdown, porque as cidades de Cuiabá e Várzea Grande apresentavam risco muito alto de transmissão da doença, devido ao pico de transmissão e contaminação pela Covid-19.
E os setores econômicos voltaram a ser atingidos em cheio e apenas os segmentos tidos como essenciais puderam continuar com as portas abertas.
Ficaram permitidas apenas atividades como supermercados, serviços médicos e hospitalares, empresas de segurança, telecomunicações e internet, call center, funerárias, serviços postais, postos de combustíveis, atividades religiosas, lotéricas, bancos, indústrias, obras, e outros.
Imposição teve duração superior a um mês e seguiu até julho. Neste período, lojistas dos shoppings e comércio de rua da capital, bem como os restaurantes, puderam atender seus clientes apenas por delivery.
Somente em agosto, os segmentos econômicos começaram a experimentar a retomada e flexibilização de funcionamento, porém com regras duras de biossegurança e toque de recolher que afetou principalmente os bares e restaurantes. Entre eles, obrigatoriedade de fornecimento do álcool em gel, distanciamento de 1,5 metros entre clientes, e em shoppings foi preciso até termômetros digitais para medição de temperatura.
Ao assinar o decreto no oitavo mês do ano, o prefeito Emanuel Pinheiro estabeleceu o retorno das atividades econômicas, garantiu a avaliação semanal da medida, implementando os ajustes necessários. Na ocasião ficou autorizado horário alternado para cada setor.
Rodinei Crescêncio

Somente a partir de novembro e dezembro que as lojas voltaram a abrir, sem ter restrições
Abertura total dos setores, com seus horários habituais, só voltou a partir de outubro, com a proximidade do final do ano.
A gestão municipal flexibilizou o horário de funcionamentos dos shoppings centers, autorizando abertura de segunda a domingo, das 11h às 22h, liberando também aos feriados.
Em primeiro de dezembro, o funcionamento dos segmentos voltou totalmente ao normal, inclusive com ampliação de horário para o comércio (centro e shoppings) devido ao final do ano.
Mesmo podendo abrir as portas, muitos bares e restaurantes no Estado não resistiram à crise com o fechamento quase 3 meses e queda na procura devido à pandemia de Covid-19. Representantes do setor estimam que 2 mil empresas continuem com as portas fechadas e as demissões podem passar de 10 mil trabalhadores após o fim de 2020.
Empresários ainda acreditam que a crise ainda pode se agravar e nos próximos meses a estimativa é que 8 mil fechem e o setor aparece como o mais atingido pela recessão.
Hotéis fecham as portas
A exemplo de outros setores econômicos, em março, diante das restrições ocasionadas pelo avanço da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) no Estado, metade da rede de hotéis de Mato Grosso optou por encerrar às atividades por algum tempo. Isso porque, até 90% das reservas foram canceladas devido ao período de isolamento social necessário para contenção da doença. O mais recente em aderir a esta prática foi o Hotel Deville Prime Cuiabá que por meio de nota, informou que suspendeu temporariamente os serviços de hotelaria, mas abriu novamento dia 12 de junho.
Dayanne Dallicanni

A maioria tomou a decisão porque as pessoas estavam impedidas de viajar, fazer negócios, ou participar de reuniões, consequentemente se hospedar em hotéis.
Algumas redes só reabriram as portas em maio, dois meses após o fechamento, mesmo assim com baixa ocupação. Um dos exemplos foram o Paiaguás Palace Hotel, em Cuiabá, e o Pantanal Mato Grosso Hotel, na Transpantaneira, em Poconé.
O grupo suspendeu temporariamente as atividades de alguns hotéis, seguindo as recomendações dos órgãos oficiais e de saúde, em virtude da Covid-19.
A retomada das atividades seguiu uma série de protocolos de higienização para garantir a saúde e o bem estar de hóspedes e colaboradores. Entre as obrigações estão o uso de máscaras por parte de todos os funcionários, inclusive os que não tenham contato com o público, disponibilização de álcool gel para uso dos clientes, demarcações para promover o distanciamento entre as pessoas e intensificação do serviço de governança quanto à higienização dos quartos e banheiros.
Alguns hotéis tiveram que criaram alternativas para atrair turistas, principalmente unidades de ecoturismo e apostar em pacotes especiais, opção que se estendeu por todo ano de 2020. O fluxo de visitantes e reservas só teve melhora entre novembro e dezembro.
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