RETROSPECTIVA 2020
Terça-Feira, 29 de Dezembro de 2020, 13h:34 | Atualizado: 29/12/2020, 13h:36
Virada histórica de Emanuel, vitória de Kalil e reeleição de Pátio marcam eleições
Andhressa Barboza

Apesar de racha interno, brigas e rompimentos entre aliados, o MDB fez história nas eleições e passou a ser a maior força política partidária do Estado. Conquistou as duas maiores cidades - Cuiabá com a reeleição de Emanuel Pinheiro ao enfrentar 7 candidatos; e Várzea Grande com Kalil Baracat - mas, perdeu em Sinop com Juarez Costa.
Em Rondonópolis Zé do Pátio (SD) fez história ao se tornar o primeiro prefeito reeleito. Assim como Emanuel, também deixou para trás 7 oponentes. Já Sinop, após a prefeita Rosana Martinelli (PL) desistir da disputa, Roberto Dorner (Republicanos) venceu o pleito e impôs derrota ao até então favorito Juarez.
Mesmo com uma gestão bem avaliada à frente da prefeitura, Emanuel teve dificuldades para conseguir a reeleição. De virada, ele ficou em segundo lugar no primeiro turno e, na segunda etapa da eleição, ao enfrentar Abílio Júnior (Pode), conseguiu virar e a cravar a vitória mais apertada da história da Capital, ganhando com apenas 6 mil votos de diferença.
Já Abílio, que ganhou visibilidade ao fazer oposição ao prefeito, viu a vantagem no primeiro turno escorrer e virar derrota ao optar por um segundo turno mantendo ataques ao adversário e polemizar com ataques recorrentes a jornalistas.
Assombrado pelo “caso do paletó”, Emanuel demorou para anunciar que seria mesmo candidato após, em setembro, ter virado réu, junto a outros ex-deputados, em ação da Justiça Federal que investiga as acusações do ex-governador Silval Barbosa que afirma ter dado propina aos parlamentares. O assunto foi explorado por todos os adversários em programas eleitorais e nas redes sociais.
Montagem/Rdnews

A rivalidade com o governador Mauro Mendes (DEM) também ficou intensificada. Mauro tentou a todo custo convencer o amigo Fábio Garcia (DEM) a concorrer em Cuiabá, mas ao ver que não teria chances, recuou e os democratas fecharam com Roberto França (Patri). Derrotado, o ex-prefeito da Capital acabou em 4º lugar no pleito e Mauro teve outra derrota no segundo turno quando impulsionou a candidatura de Abílio.
Rachado, o MDB também não foi em peso para Emanuel que viu a amizade com a deputada Janaína Riva ir por água abaixo após a delação do pai da parlamentar, José Riva, que reforçou as acusações contra o prefeito. Desde o rompimento, Emanuel e Janaína passaram a trocar farpas e ela, com aval do cacique Carlos Bezerra, diz ter assumido a presidência da executiva municipal. O fato ainda se estende, pois o presidente Francisco Faiad não reconhece a mudança sem ter ocorrido reunião da executiva.
A crise na sigla em torno de Emanuel começou quando o filho do prefeito, o deputado federal Emanuelzinho (PTB), foi lançado candidato em Várzea Grande contra o candidato do partido do pai, Kalil. Bezerra chegou a classificar o assunto como “ganância”, mas Emanuelzinho acabou em 3º lugar e pode ter favorecido a vitória de Kalil Baracat que polarizava com opositor dos Campos, Flávio Frical (PSB). Isso porque ele teria divido os votos da oposição.
Outro que enfretou uma eleição com inflação de candidatos, foi Zé do Pátio que foi o primeiro reeleito da história do município. Ele polemizou durante a pandemia da Covid-19, quando sua gestão foi alvo de operações da Polícia Civil que investigavam a compra de insumos para saúde, o que levou ao afastamento da secretária municipal Izalba Oliveira. Teve ainda que se explicar sobre a compra de respiradores falsificados. Mas, nada abalou sua reeleição. Forte na terceira maior cidade de Mato Grosso, Pátio ainda viu 6 nomes do seu partido eleitos na Câmara e passará e ter maioria no próximo mandato.
Em Sinop, Dorner desbancou o deputado federal Juarez Costa que era considerado o favorito nas pesquisas. Com uma vitória com quase metade dos votos, 49,11% contra 27,8% de Juarez, ele teve o apoio crucial da prefeita Rosana.
Ela rompeu com Juarez, de quem foi vice e, ao anunciar recuo na candidatura à reeleição, apoiou Dorner cuja eleição foi considerada "uma supresa" até mesmo mesmo cacique do MDB Carlos Bezerra que contabilizava a prefeitura de Sinop como uma das que o partido teria maiores chances.
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