RAIO-X DA EDUCAÇÃO
Sexta-Feira, 14 de Março de 2014, 07h:05 | Atualizado: 14/03/2014, 08h:47
MT é 11º no ranking nacional; desafio é melhorar qualidade nos anos finais
Marcela Machado
Reportagem Especial
Carlos Chináglia

Governo destaca que 97% das pessoas em idade obrigatória estão nas escolas
No Brasil a educação é um tema delicado. Sempre alvo de críticas e polêmicas, o setor apresenta problemas em todos os níveis. O país ocupa o 53º lugar em educação entre 65 países avaliados pelo PISA (Programa Internacional de Avaliação de Alunos). Mato Grosso, segundo dados do Ideb (Índice de Desenvolvimento de Educação Básica), atingiu a 8ª melhor posição entre os Estados brasileiros no quesito até a 4ª série. Até a 9ª série MT está em 5° lugar. No ensino médio a posição cai para 11ª. Até a 9ª série a maior parte das escolas públicas pertence às prefeituras e o ensino médio é totalmente do Estado. Henrique Lopes, presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público de MT (Sintep), reconhece que as posições não estão ruins, mas podem melhorar, já que a média nacional é muito baixa.
Um levantamento feito pela secretaria estadual de Educação, com dados de 2013, os mais atualizados até o momento, mostra que há em MT 744 escolas estaduais, 36 mil profissionais da educação e 450 mil alunos, o que equivale a 97% da população em idade escolar obrigatória na escola. Já de instituições privadas, de acordo com dados do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino (Sinepe), há 450 colégios de todos os níveis (de infantil a preparatório para concursos) e mais de 70 mil alunos.

Secretária Rosa Neide diz que houve melhoras na qualidade do ensino de MT
Segundo Rosa Neide Sandes de Almeida, secretária estadual de Educação, nos últimos anos houve ampliação considerável no número de matrículas no Estado. Um dos maiores crescimentos foi no segmento educação no campo, que passou de quatro mil matrículas para mais de 40 mil. Na educação indígena pulou de 2.500 vagas para mais de 10 mil. Em 2009 não haviam escolas quilombolas e hoje há cinco instituições com 2.500 matriculados. Na educação de jovens e adultos são mais de 85 mil estudantes da rede pública. Aconteceu em 2013 também a implementação do Ensino Médio Integrado à Educação Profissional em 62 escolas, o que beneficiou mais de seis mil estudantes, e o Pronatec atendeu mais de 45 mil jovens em 110 municípios.
A secretária acredita que houve um fortalecimento da gestão democrática e que hoje ela é realidade em MT, tanto que em 2013 a Escola Estadual Luiza Nunes Bezerra, de Juara, levou o primeiro lugar no prêmio nacional Escola com Melhor Gestão do Brasil. Isso tudo é fruto, de acordo com ela, do Plano Estadual de Educação, que preza a universalização da educação básica, a qualidade de ensino, a gestão democrática e a cooperação entre Estado e município. O ensino básico também foi organizado por Ciclos de Formação Humana, que compreendem aprendizado com dimensões políticas, éticas, biológicas e psicossocioculturais.
Mayke Toscano

Escola Estadual Luíza Nunes Bezerra ganhou prêmio nacional de melhor gestão
Apesar dos números razoáveis do Ideb, o presidente do Sintep não se deixa iludir. “Educação não se deve medir por notas. Elas não mostram a realidade escolar, que, em Mato Grosso, é ruim e precária. Sou cético”, afirma. De acordo com ele, o Ideb só avalia três quesitos: índice de aprovação, índice de abandono e uma prova de conhecimentos. “O Ideb é importante, mas não suficiente para dizer que o setor está bom”, pontua.
Henrique Lopes explica que para chegar a números e ranking reais seria preciso englobar todos os aspectos da escola pública, como a gestão, a infraestrutura, os equipamentos e livros pedagógicos, a motivação dos funcionários e, principalmente, os professores. “Nesse caso ficaria visível como é a realidade de Mato Grosso. E é ruim basicamente no Estado todo. Os ambientes não são propícios para o ensino de qualidade”, acrescenta.
Há alguns municípios que são exceção, como o caso de Lucas do Rio Verde. A cidade-pólo da região Médio-Norte é referência nacional quando o assunto são os investimentos municipais em educação. Em média aplica 27% do seu orçamento anual total no setor, que em 2013 equivaleu a R$ 33 milhões. O foco na área começou na década de 1990, ainda na gestão de Otaviano Pivetta (PDT), que voltou a comandar a cidade ano passado. Um dos pontos que levou Lucas a elevar seu ensino público foi que desde 1996 a administração formulou e executou uma proposta pedagógica que é constantemente atualizada e revisada, além do Plano Municipal de Educação. Na cidade as professores são capacitados e 98% deles têm algum tipo de especialização, o que não acontece na rede estadual.
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Comentários (1)
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Régis Rodrigues Ribeiro | Sexta-Feira, 14 de Março de 2014, 09h5930
Não sei à que ranking a Secretaria de Educação do Estado de Mato Grosso se refere, POIS AO QUE EU SAIBA, A EDUCAÇÃO EM MATO GROSSO É NOTA "10", pois as escolas estaduais SÃO PROIBIDAS DE REPROVAR ALUNOS, muito pior, OS ALUNOS SÃO APROVADOS SEM FAZER PROVAS OU EXAMES para ver o que aprenderam no decorrer do ano letivo. Digo isto porque tenho filha que estuda em escola estadual, E NÃO LHE APLICAM PROVAS OU EXAMES NOS FINAIS DE BIMESTRE, bem como conheço jovens de 16 e 17 anos, QUE SEQUER SÃO ALFABETIZADOS, ISSO MESMO, SEQUER SABEM LER. Mas também acho que esta constatação não é novidade para ninguém, OU TEM ALGUM PAI AÍ QUE NÃO SABE QUE SEU FILHO PASSA DE ANO SEM SER APROVADO?
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