Esporte e Lazer
Sexta-Feira, 05 de Julho de 2019, 08h:31 | Atualizado: 05/07/2019, 16h:09
Casal larga tudo para viajar o mundo e troca passeios por serviços - entenda
Mirella Duarte
Arquivo pessoal

Os dois estão juntos há mais de 2 anos e aventura tem fortalecido os laços. A viagem começou no início deste ano e eles ficarão no mínimo um ano fora
Juntos há dois anos e oito meses, um casal partiu de Cuiabá rumo a um de seus sonhos, percorrerem o mundo por pelo menos um ano. Cada um levando apenas uma mochila de cinquenta litros nas costas, muita disposição e vontade de aprender com outras culturas, pousaram em uma de suas viagens para responder a reportagem do .
Renata Jardini, 25, conta que tudo começou quando Yago Travagini, 23, seu companheiro de viagem, um dia ligou e disse que havia visto uma promoção de passagem aérea para África do Sul, Joanesburgo. Perguntou a ela se gostaria de ir com ele e, sem pensar muito, comprou as passagens. “Conheço pouco do Brasil, mas ele já viajou pelo Brasil e outros países. Estávamos planejando apenas uma viagem de 12 dias pela África do Sul que ocorreria em março desse ano”, descreve como parte inicial dos planos que mudaram.
Arquivo pessoal

Renata com elefante e outros animais na África do Sul, sua 1ª viagem internacional
Jardini conta que, no mesmo ano que compraram as passagens, o namorado reformulou sua proposta e perguntou se da África do Sul ela não gostaria de se alongar para a Europa, por onde se manteriam por mais tempo, ao completarem um ano de viagem.
Ela é natural de Cuiabá e ele de Pontes de Lacerda, mas se conheceram e residem na Capital. Na época, Renata estava concluindo o curso de agronomia e ainda não havia conseguido um emprego. Yago deixou o emprego de analista. Mas foi logo após ela pegar o diploma que a maratona pelo mundo começou. “Ele sempre teve o sonho de fazer um intercâmbio, buscando aperfeiçoar o inglês e conhecer novos lugares no mundo. Após uma semana, já estava decidido e começou os preparativos para essa jornada”, descreve a jovem.
Trabalhos e finanças
Ambos não tinham dinheiro para viajar um ano inteiro pagando hotel, alimentação e transporte seriam caros. O casal estimou cerca de 30 mil para seis meses só na Irlanda. “Depois de fuçar na internet, descobrimos o Workaway, fizemos um perfil de casal e pagamos uma taxa para nos cadastrarmos nele”, conta.
Workaway, assim como o worldpackers ou wwwof, é um aplicativo de viagem e intercâmbio internacional. Nele se busca contato com famílias, hotéis, hostel, fazendas e outros que queiram receber viajantes que chamam de voluntários. Os usuários costumam buscar o destino de viagem, como país, cidade e região, acha o perfil que agrada e aceitam trabalhos em troca de estadia e alimentação. Entre os trabalhos estão atividades como cuidar de crianças, ajudar nas tarefas domésticas ou ajudar na rotina do hostel.
“Na primeira semana trabalhamos na limpeza dos quartos e após isso ficamos na recepção ajudando os hóspedes”
Renata JardiniO primeiro workaway foi um hostel, lugar que consideraram interessante, mas como mochileiros de primeira viagem, tiveram imprevistos. Entre eles, em uma rede de hotel, que ficaram em quartos separados mesmo especificando que eram um casal.
Trabalhavam cinco horas por dia e folgavam duas vezes na semana. “Além da acomodação recebemos um voucher de 1200 rands para comprar comida em um supermercado da cidade. Na primeira semana, trabalhamos na limpeza dos quartos e após isso ficamos na recepção ajudando os hóspedes, nessa parte de ajudar os hospedes conhecemos muitos brasileiros”, lembra Renata.
Nem tudo são flores, não é sempre que a sorte é tanta. Apesar do aplicativo ter recomendações, Relata alega que as vezes é necessário ter que dialogar com os anfitriões, por exemplo, quando ficam em uma casa familiar. Para sobrar tempo para os passeios, é necessário conversar as atividades diárias que ambos irão realizar, sendo assim, podem evitar desconfortos. O casal também dá dicas de viagens pelo instagram, além de contar detalhes da rotina.
Dificuldades e reviravoltas
O "mochilão" causa transtornos. Renata, principalmente, teve muita dificuldade em escolher roupas e dá dicas às pessoas que querem encarar esse tipo de aventura. Lembra que sempre é importante conferir o clima e estação do ano antes de montar a "mala". “Como boa cuiabana, nem blusa de frio eu tinha. Tive que comprar uma aqui na África do Sul e quando formos para Europa teremos que comprar roupa de frio melhores”, brinca.
Arquivo pessoal

Juntos a mais de dois anos, casal viaja pelo mundo e realizam trabalhos pra pagar aventuras
Em outro momento, uma tensão, Renata teve o celular recém-comprado furtado. “Em Joanesburgo, fomos fazer um passeio noturno promovido pelo hostel, tínhamos que acompanhar os hospedes na visita de vários bares. Quando estávamos no segundo bar, tive meu celular furtado da minha bolsa”, comenta Jardini.
Alguns de seus amigos se mobilizaram no Brasil e a ajudaram comprar outro dispositivo.
Ao todo, foram três semanas recepcionando turistas de todas as partes do mundo na cidade. Em abril saíram do hostel e foram para o interior da África do Sul. A viagem, que estava estimada em 20 horas, durou 28 horas, pois o trem parava muito, até mesmo fora das estações, e eles a descrevem como “cansativa e gelada”, pois no inverno a temperatura chega a zero grau.
Nas folgas dos trabalhos também fizeram Safari no Parque Nacional de Addo que, além de ser um santuário de elefantes, tem vários outros animais como leões, rinocerontes, zebras, búfalos, kudus e javalis.
Segundo a jovem, a imersão passa a ser ainda mais completa quando o casal trabalha, dorme e se alimenta junto aos das terras que eles atravessam todos estes meses.
Além disso, eles mencionam os conflitos políticos de cada país e os contextos sociais que vivem. “A experiência é vista de forma diferente por cada um, por termos passados os últimos 22 anos tendo cada um sua própria vida, até decidimos ter essa experiência juntos. Valeu a pena e o aprendizado, tem sido emocionante”, finaliza Renata. Veja galeria abaixo.
Galeria: Casal viaja o mundo prestando serviços
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