MIMOSO E RONDON
Sexta-Feira, 24 de Janeiro de 2014, 08h:02 | Atualizado: 14/02/2014, 01h:23
Projeto contempla 2 pavimentos
Arquiteto afirma que governo deve estabelecer padrão Fifa na retomada do Memorial Rondon
Marcela Machado
Enviada Especial a Mimoso
Reprodução

Em formato de uma oca indígena, o projeto assinado por José Botura Portocarrero e Paulo César Molina define 2 pavimentos do Memorial Rondon, no distrito de Mimoso, sendo térreo com lojas de artesanato, e, acima, galeria dinâmica, que permitirá troca de exposição com objetos e informações sobre Marechal Rondon
Um dos maiores legados do Marechal Cândido Rondon foi o seu trabalho de relacionamento pacífico e de proteção aos índios. Pensando nisso, os arquitetos José Afonso Botura Portocarrero e Paulo César Molina decidiram que seria uma homenagem a esse aspecto da vida do militar fazer o Memorial Rondon no formado de uma oca indígena. “Agora que a construção será retomada, o governo deve pensar em executar com qualidade padrão Fifa. Não é uma obra qualquer, é um tributo a um brasileiro que fez muito pelo país. Que seja digno dele”, diz José Afonso.
Segundo o arquiteto, o projeto original conta com dois pavimentos e mais de dois mil metros quadrados. O térreo será um espaço mais funcional, com lojas de artesanato, de doces típicos e o que mais a comunidade produzir como souvenir. “Isso será fonte de renda e de geração de emprego. Queríamos incluir todos e movimentar a economia”, explica. Também haverá um local para que grupos de turistas se reúnam com guias.
No segundo pavimento estará a parte principal do Memorial Rondon: a galeria. O mais interessante desse projeto é que foi feito de uma maneira que tenha um acervo dinâmico. “Vamos trocar a exposição uma vez a cada seis meses ou um ano. Fazer rodízio com outras instituições espalhadas pelo mundo que contenham objetos e informações de Rondon. Desse modo, não será um local para se visitar apenas uma vez na vida, mas com frequência”, pontua José Afonso.
Além da parte do museu, o pavimento superior contará com uma biblioteca e um pequeno laboratório para pesquisas de campo. Estará aberto para todos, mas será principalmente uma maneira de ligar a Escola Estadual Santa Claudina às atividades do Memorial. Os alunos de Mimoso serão muito beneficiados.
Reprodução

Pelo projeto original, consta espécie de um deque que sai da construção principal em direção ao oeste, sentido que Marechal Rondon tomava para desbravar país
O arquiteto ainda conta que há uma espécie de deque que sai da construção principal em direção ao oeste, o sentido que o Marechal Rondon tomava para desbravar o país. “A ideia original é que seja um jazigo para os restos mortais de Rondon, mas, por questões burocráticas, não se sabe ainda se será possível trazê-lo. De qualquer modo, poderá ser também uma pira simbólica”, explica.
Todo o projeto do Memorial foi pensado nos moldes da sustentabilidade e de modo que cause o menor impacto ambiental possível. “Algumas mudanças precisaram ser feitas, já que na época da elaboração não havia algumas normas, como a de acessibilidade”, lembra José Afonso. A construção se preocupou com a estação de seca e de cheia da região do Pantanal, sendo que no período de chuvas o local poderá ser alcançado de barco pela Baía de Chacororé.
Iniciada em 2002, a obra está parada há dez anos e sem passar por manutenção. Mas o governo está retomando a construção e no momento passa pela fase de planejamento do edital de licitação. De acordo com o secretário de Estado de Desenvolvimento ao Turismo Jairo Pradela foram liberados R$ 3,1 milhões para a conclusão do projeto, que já consumiu R$ 780 mil. (MM)
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