Tido como maior ficha-suja do país, Riva confessa participação em desvios da AL
30/12/2016, 16h:17 - Atualizado: 31/12/2016, 13h:01

O ano de 2016 foi de reviravoltas no Judiciário mato-grossense. Uma das mais inesperadas foi quando o ex-presidente da Assembleia, José Riva, conhecido como “o maior ficha-suja do país”, confessou sua participação em esquemas de desvios de recursos do Parlamento. A mudança de postura aconteceu em 15 de abril, quando Riva deu detalhes de como cerca de R$ 4,4 milhões teriam retornado para as mãos de vários deputado a título de propina, nas gestões em que participou do comando do Legislativo.
Jacques Gosch

Ex-presidente da Assembleia José Riva chega algemado ao Fórum de Cuiabá; em abril, o ex-parlamentar confessou ter participado de vários esquemas; ele responde a mais de 100 processos
Até então, o ex-parlamentar sempre negou participação nos esquemas. Ele responde a mais de 100 processos. “Mas uma coisa eu tenho certeza, não desviei dinheiro, não roubei”, disse Riva cerca de um mês antes de admitir participação nos desvios.
No dia da confissão, Riva citou mais de 15 destinatários para o dinheiro. O ex-presidente revelou ter sido o responsável pela indicação de contas para depósito da propina cobrada para liberar o pagamento R$ 9,4 milhões, referente à dívida que a Assembleia tinha com o banco HSBC.
O esquema se dava da seguinte forma: depois que a dívida foi paga, cerca de R$ 4,4 milhões deveriam retornar a parlamentares por meio de contas indicadas por eles. Entre os deputados citados estavam Romoaldo Junior (PMDB), Mauro Savi (PSB), Gilmar Fabris (PSD), a ex-deputada Luciane Bezerra (PSB) e um assessor do atual presidente do Legislativo Guilherme Maluf (PSDB). Todos os citados negaram envolvimento no suposto esquema.
José Riva confessa participação em esquema de desvios na Assembleia
Recentemente, em 30 de novembro, Riva participou de outra audiência na qual também confessou, em 15 processos oriundos da Operação Arca de Noé, a participação em esquemas de desvio de dinheiro público do Parlamento.
Durante o interrogatório, o ex-deputado se disse arrependido pelos erros e tentou minimizar seus atos dizendo que também perdeu muito dinheiro no esquema, a despeito dos benefícios que obteve. "Eu me arrependo muito porque perdi saúde, dinheiro. A senhora pode ter certeza que se não tivesse sido deputado seria um dos homens mais ricos do Nortão de Mato Grosso", afirmou à juíza da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, Selma Arruda.
Em seguida, confessou sua participação nos esquemas. "Eu confesso que eu participei de tudo. Não fui forçado, pelo contrário, aceitei participar desse ilícito, desde aceitar aquela conta. Eu tinha alternativa e optei por assumir e a partir dali participei de tudo. Teve coisa que foi mais, coisa que foi menos, mas participei", admitiu.
Riva afirma que era ameaçado por Arcanjo e se diz aliviado com prisão
Prisões
Em 2015, Riva foi preso a primeira vez em fevereiro, na deflagração da Operação Imperador, que investiga um desvio de R$ 60 milhões do Parlamento, por aquisições fraudulentas de material de papelaria. Na ocasião, ele passou 123 dias preso e em 24 de junho foi solto.
Em seguida, o ex-deputado voltou à prisão, na deflagração da Operação Ventríloquo. Neste caso, Riva obteve a liberdade pouco depois da detenção, por decisão do STF.
Rodinei CrescêncioRdnews

Ex-secretário estadual de Indústria e Comércio e da Casa Civil, no governo anterior sob Silval Barbosa (PMDB), Pedro Nadaf também adotou a linha de confissão após passar 11 meses preso pela Sodoma
A terceira prisão ocorreu em 13 de outubro do ano passado, devido à segunda fase da Operação Metástase. Foi solto seis meses depois, em 7 de abril deste ano.
Pedro Nadaf
O ex-secretário estadual de Indústria e Comércio e da Casa Civil Pedro Nadaf também adotou a linha de confissão após passar 11 meses preso. Curiosamente, também num dia 15, porém de agosto, ele pediu desculpas à população mato-grossense pelos “erros graves que prejudicaram muitas pessoas”. Em audiência relativa à Operação Sodoma 1, por força de um reinterrogatório a pedido dele próprio, Nadaf disse: "Eu fiz parte de uma organização criminosa que roubou os cofres públicos".
Nadaf contou ter refletido muito no período em que esteve na cadeia e percebeu que cometeu erros graves. Ao ter sua inocência questionada pela magistrada, o ex-secretário admitiu ter participado de uma organização criminosa composta por ele, o também ex-secretário estadual Marcel de Cursi, a ex-funcionária da Fecomércio, Karla Cecília de Oliveira Cintra, e o procurador aposentado Francisco Gomes de Andrade Lima Filho, conhecido como Chico Lima.
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Comentários (1)
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matogrossenseroxo | Sábado, 31 de Dezembro de 2016, 11h1721
MAIOR FICHA SUJA, E MAIOR POLITICO QUE MATO GROSSO TEVE, INFELIZMENTE PENSOU QUE ERA O MAIS PODEROSO SE ILUDIU COM O PODER MAS O TEMPO DE REPENSAR NO QUE FEZ DE ERRADO VAI CHEGAR E COM O TEMPO VAI PROVAR QUE SEUS ERROS MUITOS DELES FOI COLOCAR OS ANSEIOS DA SOCIEDADE EM PRIMEIRO LUGAR ISSO FOI O GRANDE ERRO QUERER RESOLVER TODOS OS PROBLEMAS DO POVO MAIS NECESSITADO MAS O MUNDO DA VOLTAS E TOMARA QUE NÃO DEMORE MUITO